Classe Mammalia: fisiologia humana - respiração e digestão

Admite-se como definição cabível para fisiologia o estudo e a análise, bem como a posterior compreensão do modus operandi de organismos vivos, isto é, os métodos basilares utilizados por estes visando a manutenção de suas carcaças. O termo "fisiologia" deriva do grego arcaico "φυσιολογία", foi originalmente introduzido pelo médico francês Jean Fernel e seu significado orbita em torno da concepção de "estudos da natureza e suas origens". No presente artigo, o conteúdo trabalhado na matéria de fisiologia humana será limitado tão somente aos processos de digestão e respiração - haja vista que apenas esses foram os procedimentos abordados em aula pelo excelentíssimo professor Paim até o momento desta postagem -, dando espaço para que futuras postagens possam vir a complementar este conteúdo.

Sistema Respiratório

O oxigênio constitui-se, indubitavelmente, em um dos recursos mais fundamentais à manutenção da vida humana e de outros seres vivos, dado a sua essencial participação nos processos de obtenção de energia realizados pelas mitocôndrias. Dessa forma, é inegável a importância da hematose na manutenção da homeostase, o que também revela relevância dos sistemas respiratórios. 

No caso dos seres humanos, a obtenção do oxigênio é intermediada por diversos órgãos, entre os quais se destacam o nariz, a faringe, a laringe, a traqueia, os brônquios e os alvéolos. Vejamos, agora, as principais funções de tais estruturas:

1. Nariz: participa na captação, aquecimento, filtração (através da produção de muco e dos pelos nasais) e umidificação do ar. Dessa forma, fica clara a importância de realizar a inspiração nasal (ao invés da bucal) objetivando a chegada de um ar mais limpo aos pulmões;
2. Faringe: estrutura comum ao sistema digestório e respiratório e pela qual o ar passa antes de chegar à laringe;
3. Laringe: tubo cartilaginoso cuja entrada é delimitada por uma estrutura denominada epiglote, que impede a entrada de alimento na laringe durante a alimentação. Também é nesse tubo que se encontram as cordas vocais, essenciais para a comunicação oral humana;
4. Traqueia: tubo cartilaginoso bifurcado em sua parte inferior, originando os brônquios, e, mais adiante, os bronquíolos. Assim como no nariz, também é possível encontrar na traqueia um revestimento muco-ciliado, responsável pela filtração do ar;
5. Alvéolos: pequenas bolsas derivadas do tecido epitelial, efetivamente responsáveis pela hematose, o que explica o fato de que estas estruturas encontram-se profusamente interligadas por capilares sanguíneos. É importante afirmar que a presença dos alvéolos foi fundamental para a conquista do meio terrestre, uma vez que permitiu o aumento da superfície de absorção do oxigênio. 

Também é importante enaltecer, além dos órgãos acima listados outras estruturas cuja atuação é fundamental para a efetivação da respiração nos seres humanos: o diafragma, músculo ligado aos movimentos intercostais de inspiração e expiração mecânica, e o bulbo, parte integrante do sistema nervoso, a qual garante a respiração, ainda que de forma involuntária. 

Imagem 1: esquema representando as principais estruturas do sistema respiratório humano. Disponível na Internet pelo site: 

https://commons.wikimedia.org/wiki/File:2301_Major_Respiratory_Organs.jpg. Acesso em 22 de outubro de 2019.

Sistema Digestório

Se, por um lado, a obtenção de oxigênio é fundamental para que se possa aproveitar a energia presente nos alimentos, o processamento e fracionamento destes também ocupa uma função essencial para a manutenção do metabolismo dos seres vivos. Assim, é inquestionável a importância do sistema digestório nos seres humanos e outros organismos, visto que esse sistema torna aproveitáveis os alimentos ingeridos pelos mais diversos seres vivos. 

Assim como ocorre no sistema respiratório dos seres humanos, o sistema digestório depende do funcionamento de diversos órgãos e estruturas entre as quais ganham destaque a boca, faringe, esôfago, estômago, intestinos delgado e grosso. Vejamos, a seguir, as principais funções de cada um desses componentes:

1. Boca: atua como entrada para o sistema digestório, ocorrendo nela o primeiro processo de digestão dos alimentos (através da amilase salivar, responsável pela decomposição do amido). Também é possível verificar, na boca, a presença de uma arcada dentária diversificada - com 08 dentes incisivos, 04 caninos, 08 pré-molares e 12 molares, no caso dos humanos -, responsável pela trituração e corte dos alimentos, e da língua, cujas papilas gustativas a tornam responsável pelo sentido do paladar;
2. Faringe: tubo com parede muscular que atua como intermediário entre a boca e o esôfago;
3. Esôfago: órgão dúctil associado ao transporte do bolo alimentar proveniente da boca e da faringe até o estômago, por meio dos movimentos peristálticos. É importante afirmar que tais movimentos, de natureza involuntária também contribuem para a digestão mecânica do alimento, ou seja, para a trituração do bolo alimentar;
4. Estômago: órgão com fundamental importância para a digestão química do bolo alimentar, sobretudo por meio do suco gástrico (com pH extremamente baixo, dada a relevante concentração de ácido clorídrico) e de enzimas como a pepsina, cuja a função poderá ser vista numa tabela exposta posteriormente. Cabe também considerar que, para se evitar que o corrosivo suco gástrico comprometa outras estruturas do sistema digestório, as extremidades do estômago são delimitadas por dois esfíncteres, que podem selar as aberturas do órgão;
5. Intestino delgado: estrutura na qual ocorre a maior parte da digestão e assimilação dos nutrientes presentes no quimo produzido pelo estômago. É por essa razão, no caso, que a região compreendida por esse órgão é fartamente irrigada por capilares sanguíneos, que recebem os nutrientes absorvidos, O intestino delgado conta também com a presença de microvilosidades, pequenas dobras que aumentam a área de absorção;
6. Intestino grosso: é o principal responsável pela absorção da água e dos sais minerais que não forem absorvidos pelo intestino delgado. No intestino grosso, também pode ser verificada a presença de bactérias intestinais que, ao fermentarem os restos do quilo proveniente do intestino delgado, produzem vitaminas com grande importância para a manutenção da homeostase. 

Após passar por todos esses órgãos, os restos da digestão são eliminados como fezes pela abertura do ânus. Veja as imagens abaixo, que ilustram as principais estruturas participativas do processo de digestão e as mais relevantes enzimas envolvidas no regime digestivo:

Imagem 3: tabela apresentando as principais enzimas envolvidas no regime 

digestivo. Disponível na Internet pelo site: https://www.passeidireto.com/ar

quivo/45132441/tabela-principais-enzimas-do-sistema-digestorio. Acesso em

22 de outubro de 2019.

Imagem 2: esquema representando as principais estruturas do sistema digestório humano. Disponível na Internet pelo site: https://pt.wikipedia.org/wiki/Aparelho_digestivo. Acesso em 22 de outubro de 2019.


Referências bibliográficas:
- https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Corpo/digestao.php;

- https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Corpo/digestao2.php;

- https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Corpo/digestao4.php;

- https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Corpo/Respiracao.php;

- https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Corpo/Respiracao2.php;

- https://www.medicalnewstoday.com/articles/248791.php#history;

 - Conteúdos trabalhados em aula pelo digníssimo professor Paim.