Super Classe Pisces

Superclasse Pisces: agnatos
Os peixes da classe Agnatha (a = sem, gnathos = mandíbulas) foram os primeiros do grupo de vertebrados a se diferenciarem, eles pertencem ao filo Chordata e subfilo Craniata ou Vertebrata, atualmente são considerados peixes primitivos em relação aos Condrictes (tubarões e raias) e Osteictes (peixes ósseos), porém em relação aos Protocordados, os agnatos apresentam muitas novidades evolutivas. Duas das características importantes que surgem nos agnatos são o coração muscular (na conformação de vaso pulsante)  e a circulação do sangue de forma simples.
Apesar da palavra “primitivo” nos remeter à extinção, alguns dos peixes agnatos ainda vivem. São eles: as Feiticeiras (peixes-bruxa), espécie da família Myxinoidea e as Lampreias, espécie da família Petromyzontoidea. Quanto aos Ostracodermos, foram extintos há cerca de 500 e 350 milhões de anos. Hoje os Ostracodermos estão classificados em 5 principais grupos: heterostráceos, osteostráceos, galeáspidos, anáspidos, e telodontos.
Além disso, embora, na atualidade, os ágnatos sejam encontrados em número por extremo reduzido, deve-se destacar que tais seres vivos, devido à sua maior velocidade e agilidade (derivada de seu formato hidrodinâmico e da presença de uma forte musculatura atrelada à notocorda, que permanece durante toda a vida do organismo) em água, dominaram os mares, oceanos, rios e lagos no passado, sendo também responsáveis pelo surgimento dos hoje denominados "peixes modernos". Observe na imagem abaixo, a representação de uma lampreia, na qual ganha destaque seu formato hidrodinâmico.
Resultado de imagem para agnatos
Fonte: https://www.divertysub.com/archivos/informacion/141027184539_lampra.png

As lampreias podem medir entre 15cm e 1 metro de comprimento, apresentam corpo longilíneo (semelhante a uma cobra), estruturado por tecido cartilaginoso e apresenta uma nadadeira anal. Quando lidamos com agnatos, as maiores referências são a ausência a de mandíbulas, de nadadeiras pares e nenhuma armadura óssea. As lampreias são seres ectoparasitas e detritívoras, ou seja, se alimentam de animais mortos ou restos orgânicos, mas há também muitos registros de lampreias parasitando tubarões, golfinhos e peixes. A estrutura da boca das lampreias permite que elas suguem (são ciclostomados) e se fixem aos alimentos, sua boca é circular com dentes córneos e afiados e língua raspadora, tem forma de ventosa. Portanto, pode-se afirmar que as lampreias, assim como o restante dos ágnatos ainda vivos na atualidade, possuem dieta parasitária, fator que reduziu, ao longo do tempo, a extensão do sistema digestório de tais seres (maior parte dos nutrientes obtidos já se encontra em conformações favoráveis, reduzindo a necessidade do processo digestivo). Ademais, os ágnatos, em semelhança aos demais peixes, possuem respiração branquial, através de fendas não-cobertas por opérculo.
Tanto feiticeiras quanto lampreias são encontradas principalmente em ambientes de água salgada, mas no período de reprodução (que ocorre sempre de forma sexuada, através da fecundação externa), elas sobem os rios e vão para ambientes de água doce. Enquanto as feiticeiras são exclusivas de águas salgadas e profundas, elas passam a maioria de suas vidas enterradas no fundo do mar. As feiticeiras são semelhantes as lampreias em alguns aspectos, entre eles, estruturas e morfologia corporal. Porém, as feiticeiras apresentam um corpo mais flexível, permitindo que elas consigam dar um nó em si mesmas. Essa habilidade, junto com a capacidade de expelir um muco, ajuda a escaparem de predadores. Assim como as Lampreias, as Feiticeiras também são detritívoras. Outra característica igual em lampreias e feiticeiras é o mecanismo de excreção, feita através de rins pronefros.
As Lampreias adultas morrem após a desova, e algumas nem conseguem chegar a fase adulta, morrendo sem ter contato com a água do mar. A fecundação é feita de forma externa, as fêmeas colocam os ovos no fundo dos rios e os machos fecundam. Após os ovos eclodirem, as larvas das lampreias podem ficar até 5 anos no ambiente de água doce, se alimentando e esperando o momento da metamorfose para tomarem o caminho do mar. Com relação à reprodução das feiticeiras, sabe-se que elas são hermafroditas. Devido aos poucos estudos sobre a espécie, as informações ainda são restritas.


Superclasse Pisces: gnastotomados

Gnathostomata é uma subdivisão do subfilo Craniata (filo Chordata). O nome deste conjunto de seres vivosvem da presença de mandíbulas nos animais que a ela pertencem. As mandíbulas, derivadas de arcos branquiais, corresponderam a uma importantíssima adaptação evolutiva nos gnatostomados, uma vez que a capacidade de triturar, manipular, capturar e cortar alimentos garantiu aos portadores de mandíbula uma vantagem adaptativa fundamental em relação aos seus antecessores, os ágnatos. Além disso os gnatostomados apresentam número par de nadadeiras, três canais semicirculares no ouvido e dentes com base de dentina.

Destaca-se o aparecimento das mandíbulas pelo fato de, além de ser uma nova característica compartilhada por um grupo de animais, elas proporcionaram a diversificação do alimento, do sistema digestivo e uma nova forma de proteção e ataque.
O grupo dos peixes gnatostomados pode ser melhor estudado quando consideradas as suas principais subdivisões, os peixes ósseos (classe Osteicthyes) e cartilaginosos (Chondricthyes), a seres melhor analisados a seguir:

Dos peixes ósseos há três grupos existentes: Actinopterygii, Sarcopterygii e Tetrapodomorpha. Actinopterygii são os peixes ósseos que vemos comumente em rios, mares, lagos e lagoas. Dentre eles estão os esturjões, gars, sardinhas, piranhas, peixe-lua, salmão etc. Eles têm como características gerais três otólitos no ouvido interno, suas nadadeiras são sustentadas por raios ósseos (lepidotichia) e seus corpos são cobertos por escamas. Sarcopterygii são os peixes pulmonados e os celacantos e ambos têm apenas dois otólitos e suas nadadeiras são lobadas. Acreditou-se por anos que o celacanto estivesse extinto por não ter sido encontrado mais na natureza, porém em 1938, na África do Sul, uma espécie foi novamente encontrada e em 1997 uma segunda espécie foi descoberta na Indonésia. Os celacantos possuem um único espinho ao invés da primeira nadadeira dorsal, sua nadadeira caudal tem três lobos ocos e várias aberturas na narina associadas com eletro recepção. Os peixes pulmonados são peixes de água doce com corpo cilíndrico que têm as nadadeiras dorsais, caudal e anal fundidas, seus dentes também são fundidos formando placas. Em épocas secas, esses peixes se enterram no barro, entram em estado de dormência respirando por um pulmão bem primitivo que seria uma bolsa com inúmeros vasos perto da faringe.
Cabe ressaltar que, apesar das grandes diferenças apresentadas entre os integrantes da diversificada classe Osteicthyes, todos os organismos congregados por tal conjunto possuem alguns caracteres comuns, entre os quais cabe destacar: presença de bexiga natatória (regula a profundidade de circulação do peixe, atuando em seu equilíbrio hidrostático); formação de um par de opérculos, estruturas ligadas à proteção das fendas branquiais e à formação (através de movimentos coordenados) de um fluxo constante de água entre a boca e tais fendas; formação de um endoesqueleto ósseo, com origem mesodérmica.
Resultado de imagem para peixes osseos

Sarcopterygii são os peixes pulmonados e os celacantos e ambos têm apenas dois otólitos e suas nadadeiras são lobadas. Acreditou-se por anos que o celacanto estivesse extinto por não ter sido encontrado mais na natureza, porém em 1938, na África do Sul, uma espécie foi novamente encontrada e em 1997 uma segunda espécie foi descoberta na Indonésia. Os celacantos possuem um único espinho ao invés da primeira nadadeira dorsal, sua nadadeira caudal tem três lobos ocos e várias aberturas na narina associadas com eletro recepção. Os peixes pulmonados são peixes de água doce com corpo cilíndrico que têm as nadadeiras dorsais, caudal e anal fundidas, seus dentes também são fundidos formando placas. Em épocas secas, esses peixes se enterram no barro, entram em estado de dormência respirando por um pulmão bem primitivo que seria uma bolsa com inúmeros vasos perto da faringe.
Peixes carilagionosos também são chamados de condrictes, pois eles têm a maior parte do esqueleto feito de cartilagem. Há duas subclasses nesse grupo, os elasmobrânquios e os holocéfalos. Os elasmobrânquios são os tubarões e as raias e os holocéfalos são as quimeras. Além do esqueleto cartilaginoso, os animais desses grupos também apresentam clásper, órgão reprodutor masculino, e uma válula espiral (prega helicoidal) no seu intestino (o que aumenta a superfície de absorção deste). As diferenças entre as duas subclasses são a presença de opérculo na segunda, assim como a não projeção da mandíbula na captura de alimento.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Especiação: Cladogênese e Anagênese

Os Protozooas, variedade e importância

Reino Metazoa: uma breve introdução