Reino Metazoa: Filo Echinodermata
Albergados
no interior do filo Echinodermata (do grego echinos:
espinho e derma: pele), encontram-se
metazoários limitados a vida marinha, reconhecidos por não apresentarem ciclos
vitais parasitários e/ou coloniais. Os
equinodermos presumivelmente integram um dos mais prontamente cognoscíveis
filos dentre os presentes no reino Metazoa, sendo o filo composto por,
sensivelmente, sete mil espécies documentadas, distribuídas em cinco classes:
asteroides, ofiuroides, crinoides, holoturoides e equinoides. Tal como não
fosse satisfatório possuir imenso efeito em relação à ecosfera terrestre em sua
integridade, os equinodermos estão diretamente relacionados à gênese de
diversas inovações evolutivas cruciais tanto para o grandioso êxito ambiental
do filo quanto para a percepção da derivação e evolução dos metazoários. Destarte,
outorga-se a seguinte postagem aos equinodermos, características gerais bem
como importância. Bom proveito.
Equinodermos: características gerais
Na categoria de filo formante do
reino Metazoa, os metazoários abarcados pelo grupo dos equinodermos conservam
um encadeamento de características recorrentes para a plenitude destes indivíduos,
que facultam seu reconhecimento na qualidade de filo. A meio de tais
características, priorizou-se por destacar:
- Triblasticidade (apresentam três folhetos embrionários, sendo estes endoderma,mesoderma e ectoderma);
- Deuterostômios ( seu blastóporo origina o ânus e a boca surge posteriormente);
- Enterocelomados (o celoma origina-se a partir de bolsas do intestino que migram para o espaço entre a ectoderme e a endoderme, característica esta compartilhada com os cordados);
- São, em sua integridade, metazoários marinhos dotados de vida livre, afora os seres pertencentes a classe crinoide, que vivem fixos a substratos rochosos (sésseis);
- Os indivíduos albergados nesse filo possuem um endoesqueleto calcário (esqueleto interno de origem mesodérmica), composto de placas de calcário, as quais podem ser tanto articuladas quanto fixas e, em profusa quantidade dos casos analisados, providas de espinhos salientes, que fundamentam o nome zoológico do grupo;
- São exclusivamente marinhos, sendo comuns e abundantes em todos os oceanos do mundo;
- São metazoários dióicos (dotados de sexos separados), sem dimorfismo sexual. Todavia, certas espécies de asteroides são hermafroditas;
- Suas larvas apresentam simetria bilateral e, ao sofrerem metamorfose, geram indivíduos adultos contemplados com simetria radial pentâmera (suas carcaças podem ser divididas em 5 partes organizadas por meio de um eixo cerne);
- A ausência de cabeça bem como um plano bilateral de simetria transfigura os termos dorsal, ventral, anterior, posterior, lado direito e esquerdo em cabais incongruências. Desse modo, calha a utilização de termos tais como face oral (na qual situa-se a boca) e aboral (face oposta à boca);
- Em sua maioria, apresentam a boca em contato com o substrato sobre o qual se apoia (face oral) e o ânus localiza-se na face oposta (face aboral);
- Seu sistema digestivo é completo, afora nos ofiuroides. Os asteroides são principalmente carnívoros e caçadores, sendo ostras as suas presas mais recorrentes. Apesar da potente musculatura das ostras, os asteroides conseguem arrombar-lhe as valvas, introduzir seus tratos digestivos no interior destas e lançar enzimas, ocorrendo assim uma digestão externa. Junto à boca, os equinoides possuem uma estrutura denominada “lanterna-de-aristóteles”, formada por uma armação de 5 dentes utilizados na trituração de algas e alimentos;
- Os equinodermos são desprovidos de coração bem como um sistema circulatório característico. Encontra-se, no entanto, um diminuto complexo de canais – denominados canais hemais -, dispostos radialmente, nos quais corre um líquido incolor guarnecido de amebócitos;
- O sistema respiratório no filo é reduzido ou ausente. Na maioria dos casos, os pódios servem também para as trocas gasosas com a água. Nos asteroides existem pequenas expansões do epitélio, chamadas pápulas, especializadas nas trocas gasosas. Nos equinoides, existem cinco pares de pequenas brânquias projetadas para fora do corpo. Os holoturoides apresentam grandes ramificações da parede da cloaca, chamadas árvores respiratórias, que recebem a água do mar pelo ânus, através de um bombeamento da cloaca;
- O sistema excretor é categoricamente ausente. A excreção é realizada por difusão através dos pódios e das pápulas. Nos holoturoides, a árvore respiratória também é responsável pela excreção;
- O sistema nervoso é presente, formado por um anel nervoso situado ao redor da boca, do qual partem cinco nervos radiais, que se ramificam e atingem todo o corpo do metazoário;
- Os equinodermos podem se reproduzir tanto sexuada quanto assexuadamente. Sua reprodução sexuada se dá por meio de fecundação externa na água e posterior desenvolvimento indireto por meio de larvas. Os ouriços-do-mar possuem apenas uma fase larvária, livre natante e com simetria bilateral, chamada plúteo. Já as estrelas-do-mar possuem duas fases larvárias com simetria bilateral: a bipinária e a braquiolária. A reprodução assexuada ocorre em determinadas espécies de estrelas-do-mar, que, se possuírem o disco central intacto, podem regenerar qualquer parte decepada de seus corpos que ainda possuir o disco central;
- Uma das novidades genéticas mais marcantes e reconhecidas dos equinodermos é o sistema aquífero ou ambulacrário, este que correlaciona-se com a locomoção, respiração, circulação, excreção e até mesmo com a percepção destes metazoários. Os pés ambulacrais assenhoreiam paredes musculares e ampolas possuidoras da capacidade de acumular líquido; as alterações de pressão do líquido presente no sistema estabelecem a expansão ou retração dos pés, fato que culmina com o deslocamento do metazoário. No momento em que a pressão do líquido é maior nos pés, estes se tornam mais rígidos, ao passo que quando a pressão diminui, eles ficam moles - essa diferença de rigidez culmina na locomoção.
Figura 1: Esboço esquemático expondo as diferenças simétricas entre equinodermos larvais e suas formas adultas. Imagem retirada do site: https://slideplayer.com.br/slide/369038/. Acesso em 02 de setembro de 2019.
Figura 2: Secções esquemáticas mostrando nas cinco classes viventes as relações da boca (M), ânus (A), pés ambulacrários (T) e espinho (S). O trato digestivo está delineado. Imagem retirada do site: https://docplayer.com.br/6934898-Figura-88-equinodermos-representativos-como-vivem-no-mar-todos-reduzidos-em-tamanho.html. Acesso em 02 de setembro de 2019.
Figura 3: Representação esquemática apresentando o desenvolvimento indireto sofrido por uma larva de uma estrela-do-mar. Imagem retirada do site: https://slideplayer.com.br/slide/369038/. Acesso em 02 de setembro de 2019.
Figura 4: Representação pictórica apresentando as entranhas de um organismo asteroide, mais precisamente as suas estruturas ambulacrárias. Imagem retirada do site: https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos3/Equinodermos.php. Acesso em 02 de setembro de 2019.
Equinodermos: importância
Os equinodermos são pouco usualmente utilizados para alimentação, todavia, habitantes da bacia do Mediterrâneo comem, assadas ou cruas, as vísceras de equinoides. As paredes do corpo de holoturoides, após serem fervidas e secas, produzem o “trepang” usado para fazer sopas. As vísceras de diversos equinodermos são usadas como iscas para peixes. As pesquisas biológicas tem sido a principal fonte de utilidade dos equinodermos, haja vista que, por exemplo, muitos são os ensaios experimentais sobre fecundação e desenvolvimento feitos com o ouriço-do-mar.
Equinodermos: classificação
Abaixo, encontram-se expostas, resumidamente, as classes albergadas pelo filo Echinodermata, as quais foram classificadas em uma tabela esquemática de modo a facilitar sua visualização e tornar o seu entendimento mais didático. O quadro conta com as características mais relevantes de cada classe bem como seus principais exemplares:
Figura 5: quadro explicativo de cada classe albergada no filo Echinodermata. Imagem retirada do site: https://www.coladaweb.com/biologia/reinos/
equinodermos. Acesso em 02 de setembro de 2019.
Referências Bibliográficas:
FAVARETTO, J.A. Biologia: unidade e diversidade 2. São Paulo, 2016: Editora FTD
Conteúdos trabalhados em sala de aula pelo excelentíssimo professor Paim
Conteúdos trabalhados em sala de aula pelo excelentíssimo professor Paim
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